São Paulo, Maio de 2025 – Empresas e Profissionais brasileiros estão preocupados com a nova onda de protecionismo global, lideradas pelos EUA e pela China, principalmente por causa da sensação de tempestade à vista no horizonte do mundo global dos negócios e de tudo que o cerca como as tecnologias, processos e procedimentos.
O que em princípio não parecia afetar de forma tão direta a economia brasileira, quando profissionais enxergam que em conjunto com toda a reglobalização ocorrida e em andamento por causa da nova onda de protecionismo global, também tem a reforma tributária e a nova lei do catálogo de produtos da DUIMP, obrigando empresas a atualizarem ERPs, sistemas complementares, processos e procedimentos, a visão e consequentemente as estratégias também ganham sinais de alerta!
A verdade é que o jogo teve alterações rápidas e contundentes no tabuleiro do xadrez da Global Supply Chain, fazendo que empresas de todo o Brasil se conscientizem que o país pode virar o epicentro da tempestade global porque mantém relações comerciais robustas com ambos os pólos dessa disputa. A China atua como principal parceiro comercial para exportações com commodities agrícolas e minerais; e importações de produtos prontos – manufaturados – mas também muitos eletrônicos e químicos. Já os EUA também são um parceiro comercial estratégico, histórico e até mesmo cultural, com muitas exportações brasileiras de manufaturados e produtos agrícolas e também importações vitais para os segmentos de tecnologia e maquinário no Brasil!
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o MDIC, os principais destinos das exportações brasileiras em 2025 até agora tiveram como principais destinos a China com US$ 24,07 bilhões e uma participação de 26,87% no total exportado pelo Brasil com produtos como soja, minério de ferro, petróleo bruto, celulose e carne bovina; os EUA com US$ 14,10 bilhões e 15,74% de participação com produtos como petróleo, aeronaves, celulose, café e produtos químicos; e depois a Alemanha com US$ 4,53 bilhões e 5,06% de participação, exportando minério de ferro, café, celulose e produtos químicos; a Argentina com US$ 3,92 bilhões e 4,37% de participação, exportando automóveis, autopeças, produtos químicos e plásticos brasileiros; e por último nesse ranking macro, está a Rússia com US$ 3,33 bilhões representando 3,71% do total das exportações brasileiras.
Já entre janeiro e abril de 2025 e segundo o MDIC, o Brasil importou US$ 24,37 bilhões em produtos da China, Hong Kong e Macau, correspondendo a 27,2% das importações brasileiras, com destaque para máquinas e equipamentos, produtos eletrônicos, químicos e fertilizantes; Dos EUA, as importações somaram US$ 14,10 bilhões (15,8%), concentrando-se em máquinas e equipamentos, produtos químicos, petróleo e derivados; Da União Europeia, o Brasil importou US$ 15,99 bilhões (17,9%), principalmente máquinas, produtos químicos, veículos e autopeças. Por último as importações da Argentina totalizaram US$ 3,92 bilhões (4,4%), com destaque para veículos, autopeças, produtos químicos e trigo e do Canadá que o Brasil importou US$ 775,1 milhões (0,9%), principalmente pasta química de madeira para dissolução e produtos químicos!
Estamos falando de importadores brasileiros, eventualmente precisarem encontrar novos fornecedores internacionais com preços e principalmente taxas mais competitivas; e de exportadores brasileiros que poderão precisar explorar novos mercados para manterem seus crescimentos e lucratividade de forma competitiva no mercado global, mas é importante ressaltar que essa tempestade não atinge somente os importadores e exportadores brasileiros, mas também os prestadores de serviços de Global Supply Chain, ou seja, Comissárias de Despachos Aduaneiros, Trading Companies, Operadores Logísticos, Agentes de Cargas, Armazéns e Transportadoras porque estão diretamente relacionados com o ecossistema de operação e gestão dos processos de Comex, incluindo as demandas brasileiras sobre as novas leis.
Confira a seguir dicas estratégicas para importadores e exportadores brasileiros, mas também para todas as empresas e profissionais que atuam no segmento e principalmente, os profissionais das áreas fiscais, tributárias, contábeis, logísticas e de T.I, sim, porque é o time de T.I que é responsável por transformar digitalmente em realidade as necessidades de cada empresa, já que afinal de contas as empresas são únicas, com suas próprias estratégias e diretrizes!
1. Diversificação de Mercados: Reduzir a dependência excessiva de EUA e China, buscando novos mercados com menor risco protecionista, é essencial para ter surpresas que afetam diretamente os lucros e o crescimento dos negócios.
2. Otimização da Global Supply Chain: A busca incansável por novos fornecedores e clientes internacionais, também precisa considerar a exploração das indústrias brasileiras que eventualmente podem atender aos mesmos padrões dos insumos importados que são utilizados nos produtos.
3. Fortalecimento das Parcerias Estratégicas: Criar e manter um ecossistema eficiente e conectado com Comissárias de Despachos Aduaneiros, Trading Companies, Operadores Logísticos, Agentes de Cargas, Armazéns e Transportadoras, permite descobrir soluções inovadoras e eficazes que reduzem custos, riscos e tempo, mas principalmente também mitigam os impactos da volatilidade dos fretes internacionais, além de outras despesas e impostos brasileiros em plena reforma tributária.
4. Compliance das Políticas Comerciais e Fiscais: Acompanhar de perto as mudanças nas políticas comerciais globais e as novas obrigatoriedades fiscais, tributárias e legais brasileiras, permite antecipar desafios, oportunidades, estratégias e soluções.
5. Capacitação e Treinamento: Investir na capacitação das equipes para lidar com as novas exigências da reforma tributária e da legislação aduaneira.
6. Investimento em Tecnologia e Automação: Adotando softwares que otimizam processos, reduzem custos e aumentam a eficiência, especialmente em relação às obrigatoriedades da reforma tributária que ocorrem em conjunto com a nova lei do catálogo de produtos, guerras, alterações climáticas que afetam os valores dos fretes internacionais e também à nova onda de protecionismo global.
Todos esses desafios somados demandam um cenário complexo para o Comex porque a capacidade de adaptação, a busca por eficiência e a inteligência estratégica serão os pilares para que importadores, exportadores e seus prestadores de serviço naveguem por essa tempestade e continuem a impulsionar o crescimento da economia brasileira no cenário internacional.
Diante de desafios inéditos, rápidos e poderosos, a DigiComex entrega flexibilidade, agilidade e inovação para que as empresas possam superar essa tempestade global, mesmo mantendo relações comerciais robustas com os principais players globais como a China e os EUA, mas principalmente, evitando se tornar o epicentro desse cenário globalmente rude!
[*] Alexandre Gera é Diretor-Executivo e um dos Fundadores da DigiComex. O executivo conta com mais de 30 anos de experiência no segmento de softwares de comex, incluindo passagens marcantes pela Vastera [ex Bergen], Softway [atual Thomson Reuters] e Sonda IT como um dos Gestores do aplicativo SAP-CE, 1o ADD-ON da SAP no Brasil e 1o Software de Comex homologado oficialmente pela Fabricante Alemã de ERPs.