São Paulo, Novembro de 2025 – Domingo, 09 de novembro de 2025 foi o famoso GP São Paulo de Fórmula 1 que voltou a dar uma aula de empolgação para quem assiste, mas também uma “aula de comex” que vai bem além dos paralelos de interpretação que são feitos por empresas relacionadas com esse universo, sejam empresas de tecnologia, de comércio exterior ou indústrias e prestadores de serviços diretamente ligadas ao evento.
Apesar do resultado que pode não estar alinhado com as expectativas dos brasileiros com lembranças fantásticas do Barrichello, Felipe Massa e do eterno Senna, o único brasileiro presente no Grid atualmente, o Gabriel Bortoleto da Sauber não concluiu a corrida e o mais novo naturalizado brasileiro, o inglês Lewis Hamilton também não, nem seu companheiro de Ferrari, o monegasco Charles Leclerc!’
Mas o fato é que o GP de São Paulo de 2025, vencido pelo também britânico Lando Norris da McLaren foi seguido de um piloto que segue a mesma cartilha de Senna, o italiano Andrea Kimi Antonelli e em terceiro lugar com outro piloto com uma grande torcida no Brasil que é o Verstappen, principalmente por causa da ligação com o nosso país, inclusive casando com a filha do ex-piloto Nelson Piquet, mas até aí o universo da quantidade de países representados pelos pilotos não representa toda a aula de comex que a Fórmula 1 dá, mas porque estamos abordando isso?
Win on Sunday, sell on Monday!
Sabemos que eventualmente e dependendo da operação de comex, cada segundo conta, igual na Fórmula 1, estratégias, investimentos e foco também são fundamentais, assim como os patrocinadores, mas também tem um ditado no mundo do automobilismo que diz: “Win on Sunday, sell on Monday” que apesar da ótima rima, poderia ser traduzido para o português como “Vencer no domingo, vender na segunda” e significa no meio do automobilismo e do marketing que o sucesso e o desempenho nas pistas de corrida aos domingos gera prestígio, confiança e visibilidade para a marca, o que, por sua vez, impulsiona as vendas dos carros de produção na semana seguinte.
Alguns exemplos são a Ferrari (para quem não tem grana para uma, pode comprar um Fiat, uma Alfa Romeo ou quaisquer outras marcas ligadas ao grupo), a Mercedes, com forte presença nacional há décadas, mas também tem a Red Bull, energético tão apreciado e consumido por muitos brasileiros e; impulsionando outras empresas, como a Pirelli que é a fornecedora oficial dos pneus da Fórmula 1, ou seja, muita gente que tem que trocar o pneu do carro na segunda-feira seguinte, talvez escolha a famosa marca italiana por causa da influência na principal categoria do automobilismo mundial!
Automobilismo, entretenimento, luxo e lifestyle
Outro grande exemplo é o grupo LVMH – Moët Hennessy Louis Vuitton – que amplia ainda mais o apelo para além dos fãs “puros” de automobilismo, integrando entretenimento, luxo e lifestyle – o que alinha bem com as marcas da LVMH porque a exposição global, o acesso a públicos premium e o forte componente de performance/alta tecnologia do automobilismo oferecem um palco diferenciado para as experiências premium das suas marcas, o que é considerado uma ativação da marca ou “brand activations” com edições limitadas e conteúdo especial criado em colaboração entre Fórmula 1 e LVMH.
A Louis Vuitton também foi parceiro oficial no Australian Grand Prix de 2025 e teve uma parceria estratégia com a skatista brasileira Rayssa Leal, uma das maiores skatistas da história, mas tem também a Moët & Chandon como a famosa champanhe oficial do pódio, remetendo a grandes ídolos como Sir Jackie Stewart e nosso querido Ayrton Senna, além de trocarem a Rolex pela TAG Heuer que reassume o posto de cronometrista oficial da Fórmula 1!
ROI – Retorno sobre os investimentos
Segundo a Prefeitura, o Grande Prêmio de São Paulo em 2023 registrou um impacto econômico positivo de R$ 1,64 bilhão com o evento, já em 2024: cerca de R$ 1,18 bilhão correspondem ao impacto direto, e aproximadamente R$ 776,3 milhões ao impacto indireto. Números que são confirmados pelo InvestSP, a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, em 2023 o gasto médio por turista foi de R$ 4.689. A organização oficial do GP de São Paulo disse que o “ROI” gira em torno de que para cada R$1 investido no evento são retornados R$6,99 na economia da cidade, ou seja, extraordinário, como a Fórmula 1!
Você sabia que todo carro de Fórmula 1 – e não somente eles nas equipes – passa por um processo de importação temporária e depois de reexportação? Bora aprender com o comex na Fórmula 1?
Sim, toda vez que um produto é importado para o Brasil e depois volta para o país de origem tem nome, são as chamadas importações temporárias, ou seja, quando esses produtos ficam por determinado tempo aqui no país e depois são reexportados, mas não só eles, porque tem também as importações de serviços e grandes remessas cambiais para pagamentos de royalties, entre outros serviços.
Começando pelo que não mostram na TV que são os grids, boxes e bastidores da importação temporária como falamos anteriormente porque pouca gente imagina o que acontece por trás da velocidade da Fórmula 1, ou seja, trazer um carro de corrida e toneladas de equipamentos de alto valor para o GP de São Paulo é uma das operações logísticas mais complexas do planeta – e o Brasil impõe desafios únicos.
O processo usa o regime de Admissão Temporária, que permite a entrada de carros, motores e equipamentos com suspensão de tributos, desde que tudo seja reexportado dentro do prazo, mas, como o Brasil não faz mais parte do sistema ATA Carnet, cada equipe precisa apresentar garantias financeiras, cauções e documentação minuciosa, cobrindo qualquer risco de não reexportação.
Os prazos são curtos. Cargueiros chegam a Viracopos (Campinas) e Guarulhos (SP) em janelas extremamente precisas – às vezes horas antes do início das montagens em Interlagos, enquanto outras cargas, menos urgentes, chegam pelo Porto de Santos. Daí seguem em comboios rodoviários até o autódromo, com segurança e rastreabilidade total.
Entre os materiais importados e depois reexportados estão:
– Carros e motores avaliados em milhões de dólares
– Combustíveis, óleos, baterias e cilindros pressurizados, todos classificados como dangerous goods
– Sistemas eletrônicos, telemetria e data loggers, sensíveis e altamente sigilosos
– Além de toneladas de pneus, equipamentos de box e material promocional
Cada item precisa de embalagem certificada, documentação DG (Dangerous Goods) e, no caso de fluidos e gases, conformidade com regras IATA, IMDG e ADR, onde quaisquer erros podem impedir o embarque e custar caro à equipe.
Depois do evento, o processo se inverte: tudo deve ser reexportado dentro do prazo legal – sem falhas na comprovação, sob pena de tributação integral e multas pesadas.
A Fórmula 1 domina essa engenharia logística porque combina planejamento aduaneiro, garantias financeiras e precisão milimétrica assim como a DigiComex, criando um case perfeito de gestão internacional de supply chain sob pressão, em que segundos fazem diferença – dentro e fora das pistas, dos ares, dos mares e rodovias!
Quer posicionar sua equipe sempre nas primeiras colocações da corrida do comex?
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[*] Alexandre Gera é Diretor-Executivo e um dos Fundadores da DigiComex. O executivo conta com mais de 30 anos de experiência no segmento de softwares de comex, incluindo passagens marcantes pela Vastera [ex Bergen], Softway [atual Thomson Reuters] e Sonda IT como um dos Gestores do aplicativo SAP-CE, 1o ADD-ON da SAP no Brasil e 1o Software de Comex homologado oficialmente pela Fabricante Alemã de ERPs.
