Inovação Aberta e Comércio Exterior: estratégias para impulsionar o crescimento

Inovação Aberta e Comércio Exterior: estratégias para impulsionar o crescimento
Confira como a adoção de práticas de inovação aberta e o envolvimento no comércio exterior podem ser estratégias poderosas para impulsionar o crescimento das empresas!

Como a adoção de práticas de inovação aberta e o envolvimento no comércio exterior podem ser estratégias poderosas para impulsionar o crescimento das empresas

João Abussamra Neto (*)

Os acontecimentos inesperados ao redor do mundo influenciam os negócios e parecem não ter fim desde a pandemia de Covid-19. A Guerra entre a Rússia e a Ucrânia e o recente congestionamento no Canal do Panamá são sinais de que os processos e tecnologias usadas para a gestão precisam ser flexíveis.

Afinal, estes imprevistos afetam empresas de todo o mundo, mas principalmente as economias, inclusive a brasileira. Segundo dados publicados recentemente pelo Governo, as exportações foram 0,1% maiores no acumulado de janeiro até julho de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, totalizando US$ 194,20 bilhões. As importações, por outro lado, foram reduzidas em -8,8%, totalizando US$ 140,65 bilhões, resultando em um superávit na balança comercial de US$ 53,56 bilhões, um crescimento de 35,2%. No entanto, a corrente de comércio registrou uma queda de -3,8%, atingindo um total de US$ 334,85 bilhões.

Para acompanhar os negócios, a tecnologia tem sido fundamental para as empresas, porém, muitas encontram dificuldades porque usam tecnologias antigas e que não acompanham rapidamente esses imprevistos. Por outro lado, desenvolvedores de softwares envolvidos profundamente com a Inovação Aberta, entregam soluções que são rapidamente remoldáveis e sem customizações para que os negócios acompanhem as novidades.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia afeta o fornecimento de alimentos no mundo 

De acordo com uma publicação da Folha de S. Paulo em 31 de julho de 2023, a Ucrânia é responsável por 10% de todas as exportações mundiais de trigo, 15% das exportações de milho, 13% de toda a cevada e mais de 50% de todo o óleo de girassol. Embora a Ucrânia tenha fechado um acordo para utilizar os portos da Croácia no mar Adriático e no rio Danúbio, a falta de uma fronteira direta entre a Ucrânia e a Croácia significa que a mercadoria precisa ser escoada através de países como a Hungria. Com a continuidade da guerra, é provável que as rotas precisem ser alteradas diversas vezes.

E por que o canal do Panamá impacta na economia global?

Uma seca está congestionando o Canal do Panamá e, segundo a Dow Jones, mais de 200 navios estão esperando para atravessar. A Dow Jones complementa afirmando que “Se não houver chuva suficiente, a passagem de navios é reduzida e aqueles que atravessam pagam altos prêmios, aumentando os custos de transporte para os proprietários de carga”.

Ricaurte Morales, gestor do Canal do Panamá, alerta que as restrições podem ir até 2024 por causa da falta de chuvas, podendo até causar uma redução de receitas de US$ 200 milhões e afetar as compras de fim de ano. A ACP (Autoridade do Canal do Panamá) tomou medidas para minimizar a situação, como reduzir o calado dos navios em dois metros, resultando em uma capacidade de carga menor, afetando importadores e exportadores.

Kamala Raman, vice-presidente e gestora de atendimento ao cliente e design do Gartner afirmou à CNN que “Sempre existirão riscos desconhecidos e existem riscos conhecidos. Se você quer ser resiliente, precisa saber o que é um Plano B.”

Como a inovação aberta reduz os impactos que afetam a economia brasileira?

Posto isto, a aplicação de Inovação Aberta na Global Supply Chain é crucial como os tempos que estão sendo vividos e permite, junto com as tecnologias flexíveis, que as empresas se adaptem mais rapidamente a mudanças imprevistas. Os processos e estratégias também são beneficiados com a abertura para parcerias, colaboração e aquisição de tecnologias e conhecimentos externos que podem levar à criação de novos negócios e novas conexões promissoras com mercados internacionais. Algumas medidas podem ser tomadas com os métodos da Inovação Aberta, tais como:

  1. Diversificação de Fornecedores e Rotas:Com a Inovação Aberta, as empresas podem colaborar com parceiros externos, identificando novos fornecedores e rotas alternativas de transporte. Isso se torna especialmente relevante quando conflitos geopolíticos ou problemas de infraestrutura afetam as rotas tradicionais de transporte.
  2. Monitoramento em Tempo Real e Decisões Ágeis:Tecnologias flexíveis e com análise de dados em tempo real, permitem às empresas monitorar suas operações e as condições externas em tempo real para a tomada de decisões ágeis e também de adaptação rápida aos imprevistos, como os citados anteriormente.
  3. Colaboração para Solução de Problemas:A Inovação Aberta incentiva a colaboração entre diferentes partes interessadas, incluindo empresas, governos e organizações não governamentais. Em situações de crise, essa colaboração é essencial para encontrar soluções conjuntas que minimizem os impactos na Global Supply Chain.
  4. Inovação em Logística e Transporte:A flexibilidade tecnológica permite a inovação contínua na logística e no transporte. Por exemplo, a adoção de sistemas de Global Supply Chain mais eficientes, moldáveis a novos cenários de negócios e sem customizações, ajuda a contornar obstáculos em tempos de crise de forma rápida e eficiente.
  5. Previsão de Demanda e Planejamento Adaptativo: A análise avançada de dados ajuda as empresas a preverem mudanças na demanda e ajustar seus planos de produção e distribuição.
  6. Resiliência da Cadeia de Suprimentos:A Inovação Aberta contribui para criar uma cadeia de suprimentos mais resiliente e flexível. Isso significa que, em caso de interrupções, as empresas têm mais opções e recursos para manter a continuidade das operações.
  7. Aproveitamento da Inteligência Artificial na gestão de riscos:Além das estratégias de Inovação Aberta e tecnologias flexíveis, as empresas estão cada vez mais adotando soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA) para prever riscos e identificar oportunidades emergentes. A IA pode analisar uma vasta quantidade de dados em tempo real, tanto internos quanto externos, para antecipar potenciais ameaças à cadeia de suprimentos e detectar tendências que possam impactar os negócios. Essa abordagem proativa permite que as empresas tomem medidas preventivas e estejam preparadas para lidar com possíveis interrupções.

Em um cenário global caracterizado por imprevistos contínuos e impactos econômicos variados, a capacidade de adaptação das empresas se revela como um fator crucial para a sobrevivência e o sucesso. A Inovação Aberta, aliada a tecnologias flexíveis e colaborativas, emerge como uma abordagem poderosa para enfrentar esses desafios. Ao diversificar fornecedores e rotas, tomar decisões ágeis baseadas em dados em tempo real e promover a colaboração entre as partes interessadas, as empresas podem fortalecer a resiliência de suas cadeias de suprimentos e minimizar os efeitos adversos dos acontecimentos imprevisíveis.

No ambiente econômico em constante evolução, a capacidade de inovação e adaptação não apenas impulsiona a continuidade dos negócios, mas também abre portas para novas oportunidades de crescimento e expansão nos mercados internacionais. Assim, o investimento na Inovação Aberta não apenas proporciona soluções para as crises atuais, mas também estabelece um alicerce sólido para um futuro empresarial mais resiliente e promissor.

Sobre a DigiComex

Criado em 2020 pela Consultoria Geravalor, que foi fundada em 2016 e é especializada em inovação para comex, o DigiComex é um orquestrador digital e software de gestão e integração para Global Supply Chain, ou seja, atende aos negócios de comércio exterior e de logística no mercado nacional. Contempla soluções como a conexão de todos os tipos de sistemas e arquivos, sejam eles ERPs internos, de clientes, parceiros comerciais ou quaisquer outros para que todas as informações sejam concentradas e convergidas digitalmente em dashboards parametrizáveis, podendo ser exibidos em celulares e tablets. Além disso, possui módulos de gestão, em que são parametrizadas funcionalidades que são interligadas entre si e com os sistemas externos e/ou de terceiros. Com isso, é possível criar um contexto inédito de gestão única e moldada para a realidade e o futuro de cada negócio, atendendo, de maneira rápida, exata e acessível, às demandas voláteis e rápidas do mercado. 

João Abussamra Neto é fundador, diretor técnico e de desenvolvimento da DigiComex-Geravalor e acumula experiência de décadas no segmento de softwares corporativos para Global Supply Chain, onde já foi sócio-diretor da Bergen Informática (vendida para o JPMorgan-Vastera) e fundou uma startup na 1a fase do CUBO do Itaú, convergindo todo o seu conhecimento em tecnologia e inovação com a fundação da Consultoria Geravalor em 2016, especializada em inovação, compliance e tecnologia para Global Supply Chain e desenvolvedora da DigiComex.

Artigo originalmente publicado em: https://comexdobrasil.com/inovacao-aberta-e-comercio-exterior-estrategias-para-impulsionar-o-crescimento/

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